- 02fev2016
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Segurança depende de hábitos internos
Munidos de informações sobre o cotidiano do prédio, bandidos conseguem entrar por garagem ou portaria
Para reforçar a segurança dos moradores, muitos condomínios se cercam de câmeras, grades e guaritas blindadas. No entanto, nem sempre esse tipo de medida basta, já que o perigo pode estar do lado de dentro.
Segundo a Polícia Civil, em cinco casos resolvidos dos seis “arrastões” em condomínios que aconteceram na zona sul de São Paulo neste ano, “houve a conivência de funcionários”. Todos os prédios invadidos eram de alto padrão -dois na Vila Mariana, dois no Brooklin e dois em Moema, “mais do que em 2003″, compara Aldo Galiano Junior, 52, delegado da seccional sul.
A principal explicação para esse ponto fraco é o despreparo dos empregados, avaliam especialistas. As invasões seguem um padrão. “Um empregado do prédio é aliciado com ofertas de participação na partilha e fornece pistas”, explica Galiano Junior.
Benny Zolondez, 31, diretor da Icat Global, especializada em segurança, confirma que a informação geralmente vem de dentro. “Falar demais, às vezes por ingenuidade, é o erro mais comum.”As entradas do condomínio são as principais vias de acesso dos invasores. No edifício Leblon, em Moema, por exemplo, eles usaram um controle remoto clonado.
“É fácil copiar a freqüência de transmissão desse tipo de aparelho”, observa Chen Gilad, 26, diretor de planejamento do Grupo Haganá, especializado em segurança de condomínios.Como as garagens também são pontos suscetíveis a invasões (em cinco das ocorrências, foi por ela que os assaltantes entraram), Gilad recomenda que os portões sejam controlados apenas por uma botoeira fixa na guarita. Além disso, a vistoria deve se ater aos ocupantes do veículo, já que até os carros podem ser clonados.
Blindado
No edifício Correggio, em Moema, outro procedimento básico foi desrespeitado. Os bandidos pularam o muro de três metros de altura e renderam o porteiro e o vigilante que estavam na guarita, mas com a porta aberta. “É como andar em um carro blindado com o vidro abaixado”, compara Gilad. “Tomada a portaria, o prédio está dominado.”
Os especialistas ponderam que, apesar de não existir um sistema de prevenção contra roubo 100% infalível, ele tem de ser “um conjunto de ações integradas para chegar a um patamar desejável”, opina Florival Ribeiro, 42, consultor em segurança condominial.
Ou seja, deve conjugar empregados preparados, equipamento eletrônico e condôminos dispostos a colaborar. O planejamento, que não deve dispensar o auxílio de um consultor, “começa com reunião dos moradores para estudar áreas vulneráveis e criar normas de procedimento que possam ser votadas e virar lei no condomínio”, define Ribeiro.Assim, a colaboração dos moradores é fundamental. “Eles são os primeiros a descumprirem as regras”, diz. “Como quando exigem que a namorada entre no prédio sem ser anunciada e repreendem o porteiro que não obedecer.”
“É preciso sacrificar um pouco do conforto”, adverte o consultor José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública. “O morador deve buscar entregas na portaria e não deixar que sejam levadas até o apartamento.”(EDSON VALENTE)
Fonte: ocondominio.com.br
- 2 fev, 2016
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